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Neste episódio recebo o time completo do Insidercast: Bah Rodrigues, Clayton Lucio e Fábio Oliveira. O trio fala sobre como o podcast, cuja periodicidade é diária, tomou uma proporção significativa em suas vidas e negócios, inclusive fazendo com que decidissem mudar o nome de sua empresa de Insidercom para Insidercast! Eles também revelam como conseguem ultrapassar a barreira do mundo corporativo e conhecer quem é a pessoa que está por trás do crachá!

Produção e apresentação: Ananda Garcia
Edição: https://www.instagram.com/jenni_edita/


Insidercast:
https://open.spotify.com/show/15Z6aILLKoyyomrVs9Qm6R?si=KMpeya6vRNebCjC61akTaw
https://www.instagram.com/insidercast/
https://www.linkedin.com/showcase/insidercast/

Pix do A Era do Áudio: aeraoaudio@gmail.com

Links afiliados (se você aderir a esses serviços utilizando o meu link, eu ganho uma pequena comissão)

Riverside: plataforma para gravação remota com opções de áudio e vídeo

Spreaker: plataforma de hospedagem e monetização de podcasts

 

(INÍCIO)

 

[00:00:00] 

[Vinheta de abertura]: A Era do Áudio.

[Abertura]

Ananda: Eu sou a Ananda Garcia e nesse podcast vou conversar e aprender com os profissionais que fazem os sons e os conteúdos que a gente ama ouvir. E se você também é dessa tribo, cola aqui e ative os seus ouvidos, porque você está na Era do Áudio.

[Recado]

[Trilha sonora]

Ananda: E agora a gente segue essa conversa com a Bárbara Rodrigues, mas na companhia também do Clayton Lucio e do Fábio Oliveira que, junto com a Bárbara, são sócios-fundadores da InsiderCast, que é uma agência de comunicação corporativa. Inclusive, InsiderCast também o podcast que eles têm e deu tão certo que também virou nome da empresa, não é, pessoal? Obrigada por estarem aqui, bem-vindos.

Bárbara: Oi de novo, Ananda. Obrigada. Agora na companhia dos nossos queridos meninos aqui do InsiderCast, Fábio Oliveira e Clayton Lucio. Meninos, se apresentem, por favor. Vou dar as honras primeiro ao Fábio Oliveira.

Fábio: Opa, Ba, poxa, que legal estar aqui nesse podcast com vocês. Acompanhei a primeira parte. Fiquei sabendo de coisas da Ba que eu não sabia e aprendi aqui com vocês algumas coisas. Muito bacana pelo projeto, Ananda, parabéns, muito sucesso.

Ananda: Obrigada.

Fábio: Bom, eu sou o Fábio Oliveira. A gente apresenta o InsiderCast, eu, a Ba e o Clayton, os meus sócios também. Eu sou o jornalista da turma. Cada um aqui tem um perfil totalmente diferente. Eu acho que essa é a riqueza do InsiderCast: a diferença entre nós três que faz realmente o projeto acontecer e ser no formato que ele é hoje, graças aos meus queridos sócios, não é mesmo, Clayton?

Clayton: É isso aí, Fábio. Olá, todo mundo. Obrigado pelo convite, Ananda. E, realmente, o InsiderCast nasceu de uma união de três pessoas muito distintas, o Fábio é jornalista, a Bárbara é radialista e atriz – a gente pode falar, porque realmente ela estudou para isso – e eu sou especialista em marketing, marketing digital, desenvolvimento de produtos e tudo mais. Tanto é que, por exemplo, já estou nessa área há praticamente uns dez anos, no marketing digital, e só agora que eu fui realmente começar a me graduar na área para ter uma base mais teórica partindo da faculdade, mas eu sempre fui muito apaixonado por marketing. E a gente juntou essas três expertises e a gente criou o InsiderCast.

Ananda: Que bacana. E vocês já estão agora no episódio… vocês já chegaram ao centésimo episódio?

Bárbara: A gente já passou, Ananda. A gente já está rumo aos…

Ananda: Já passaram. Gente, que ingenuidade.

Bárbara: … 200, na verdade, em oito meses de trabalho.

Ananda: Então, justamente, vocês são um podcast diário ou praticamente diário, não é? Qual é a frequência de episódios de vocês?

Fábio: Um episódio por dia. Cada dia útil…

Ananda: De segunda a sexta?

Fábio: … de segunda a sexta, a gente tem um episódio novo com temáticas diferentes. A gente está ampliando as nossas editorias, como a Ba falou, as casinhas, como a gente chama carinhosamente. E a gente vê um espaço muito grande de falar de outros temas, de falar de temas interessantes para o mundo corporativo, mas sempre trazendo a humanização dos conteúdos e das pessoas que participam com a gente, porque a gente entende que, na nossa ferramenta, na nossa comunicação, a gente precisa inspirar as pessoas. E a gente vê muito isso, as pessoas participando do podcast, inspirando a gente e os nossos insiders, que são os nossos ouvintes.

Ananda: Pois é, e o crescimento do podcast me parece que foi muito rápido. Eu acredito que o fator diário talvez tenha contribuído para isso. E quando foi que vocês se deram conta que era melhor chamar a própria empresa de InsiderCast? Quando virou essa chave e vocês tomaram essa decisão?

Bárbara: Olha, Ananda, a gente viu que a gente tinha mais potencial e mais possibilidades até sendo nós mesmo, como eu comentei até no outro episódio a respeito da locução, mas aqui como empresa também a gente entendeu que a gente teria muito mais oportunidades fazendo aquilo que a gente ama fazer, que é a apresentação, é esse jeito mais humano, como o Fábio falou, de trazer esse conteúdo, do que especificamente fazendo só a parte mais técnica da coisa. A gente começou como agência de comunicação pensando em assessoria, em edição, em vídeo, em foto, em rede social, e a gente foi entendendo, ao longo do caminho, no meio do processo, que, na verdade, a gente estava criando uma coisa única, que é o que a gente hoje chama de experiência insider até, e que é diferente de tudo que a gente vê em outros podcasts até corporativos e mesmo dentro do podcast. Na verdade, a nossa base é o bate-papo, mas a gente sempre termina a gravação não só com conteúdo, a gente sempre faz amigos. A gente conheceu você, inclusive, a título de curiosidade aqui para os nossos ouvintes, de uma conversa que a gente bateu contigo, a gente falou sobre esse mundo do podcast com você e hoje a gente está aqui. Então isso nos deixa muito felizes. E a virada de chave veio por isso, não é, meninos?

Fábio: Exatamente. A gente vê que a gente faz um elo com essas pessoas e a gente se torna amigos, e essas pessoas querem voltar para o InsiderCast. Isso que nos traz mais alegria no contato da ferramenta, do podcast. E a gente vê que tem uma expansão muito grande no Brasil. Hoje, o Brasil é o segundo maior mercado de podcasts no mundo, segundo o Spotify. Então é uma ferramenta apaixonante. Eu tive o contato, como a Ba falou, em 2014, o primeiro contato. Eu e a Ba desenvolvemos uma das primeiras rádios corporativas do Brasil, na Allianz Seguros, multinacional alemã. Virou case global, esse projeto. E a gente vê que, além disso, esse formato tem muita versatilidade não só para o público externo, mas também para o público interno, para você fazer um treinamento para colaborador, para você engajar colaboradores. É apaixonante.

Bárbara: Com certeza. Pode falar, Clayton.

Clayton: Eu acredito que sim, porque antigamente o porta-voz tinha que comunicar apenas as informações que a empresa queria que ele comunicasse, e, hoje em dia, com o avanço das redes sociais, até com a pandemia em si, ficou muito mais evidente que, além de você comunicar o que a sua empresa faz, você tem que comunicar quem é você. As pessoas hoje compram de pessoas. O líder tem que comunicar, além do que a empresa faz, o porquê a empresa faz aquilo e um pouco também do seu lado humano, porque ninguém mais quer comprar de uma empresa corporativa quadradinha. A gente quer se identificar com as empresas que nós estamos consumindo. Então realmente teve um aumento na procura; também teve um aumento nessa procura mais humanizada de comunicação.

Ananda: Vocês que têm mais contatos com esses líderes de diversas áreas, as pessoas com as quais vocês conversam no podcast, vocês estão percebendo se os líderes estão mais midiáticos ou se existe uma demanda maior dessas empresas para preparar essas pessoas para serem bons comunicadores, para darem entrevistas, para serem bons porta-vozes? Assim, uma preocupação mais do que a anterior? Sempre teve isso de media training e de aquele porta-voz ser capaz de falar, mas, com os podcasts, vocês têm notado mais líderes com vontade de falar?

Fábio: A gente tem visto, inclusive a gente teve o orgulho de fazer uma entrevista recente, inclusive está no ar, com o André Santos, LinkedIn top of voice. Ele é um cara que é uma das referências em marca pessoal e uso do LinkedIn, da plataforma, para executivos. E a gente tem notado que é uma crescente de procura para executivos trabalharem a marca pessoal e também trazer frutos para a empresa, vendas, converter em vendas. E o podcast é uma dessas ferramentas também, que a gente acredita.

Ananda: Sim.

Fábio: Dá voz aos executivos. As pessoas querem ouvir as pessoas por trás das marcas, não a marca falar para as pessoas. Então a humanização da comunicação passa por isso. Pessoas compram de pessoas e isso está cada vez mais nítido e aumentou muito na pandemia.

Bárbara: É, e até para dar espaço para as pessoas que geralmente ficam nos bastidores.

Ananda: Perfeito.

Bárbara: A gente fala muito, em geral, em meio corporativo, de ação, de iniciativa, de número, mas as pessoas geralmente não têm voz. Então o InsiderCast também nasceu com esse intuito de dar palco para quem sempre ficou na coxia. Então uma das frases-chavão que a gente tem no InsiderCast é de que, no final do dia, são pessoas lidando com pessoas. Então você ouvir um líder ou alguém que está por dentro de uma iniciativa, mas, mais que conhecer tudo que está acontecendo naquela empresa, tudo que eles estão planejando, conhecer a história daquela pessoa, um assunto satélite, peculiar, alguma coisa que ninguém conhece ou nunca ninguém perguntou para ele, você se enxerga naquela pessoa. Então é muito legal de ver como as pessoas acabam se abrindo quando a gente faz perguntas simples, por exemplo: “Como você se apaixonou pelo que você faz hoje?” ou “Qual é o seu filme favorito?”. E muitas vezes ninguém perguntou para o vice-presidente ou para um diretor de empresa nada disso.

Fábio: A gente vê mercados muito carentes de informação e de humanização. O mercado de seguros – trabalhei dez anos no mercado de seguros antes de fundar com os meninos o InsiderCast – a gente vê que é um mercado que fala muito pouco das pessoas. Fala dos números, fala do sinistro, quando acontece algum problema no seguro, fala muito de forma marqueteira das ações, e a gente vê que falta essa questão da humanização. Quem são as pessoas que estão por trás daquele negócio? Quais são esses líderes? E a gente conseguiu trazer uma humanização para esse executivo, e é impressionante o engajamento que deu nas redes sociais, o número de ouvintes únicos que a gente conseguiu com esse episódio, e a gente tem visto que é uma crescente hoje. As pessoas querem saber quem está por trás ali daquela marca. Esse é um caso muito emblemático, muito bem lembrado pela Ba.

Ananda: E eu acho que uma qualidade interessante também dos líderes é também mostrar esse lado mais humano e até mais vulnerável. É aí que as pessoas se identificam mais, muitas vezes. Inclusive, eu fico imaginando que as pessoas que recebem os convites de vocês devam ficar muito lisonjeadas e depois também felizes com as respostas, com a receptividade daquele episódio. Vocês recebem algum feedback dos convidados depois? Como funciona?

Bárbara: A gente recebe. Inclusive, a gente teve um caso muito recente de um diretor de uma multinacional de seguros que teve uma repercussão que nem a gente esperava. Foi um episódio que realmente o pessoal ouviu, comentou detalhes do episódio, então você percebe que a audiência estava prestando atenção e estava consumindo o conteúdo do começo ao fim, e ele ficou encantado. Nem ele mesmo imaginava que ele ia impactar tanto as pessoas.

Ananda: Legal. E eu tenho uma pergunta, que eu até não sei se vocês podem abrir muito, mas essas pessoas que vocês entrevistas, às vezes rola de elas quererem virar clientes de vocês ou quererem ter o próprio podcast da empresa delas? Porque eu imagino que deva rolar alguma coisa assim, não é?

Bárbara: Olha, Ananda, teve dois casos muito legais em relação a isso. Uma pessoa foi entrevistada e depois acabou indicando um cliente para a gente; e o outro, um convidado esteve com a gente… essa história é muito legal, a gente sempre conta esse bastidor, porque uma das coisas, antes de a gente formar a Insider, eu pensei em seguir, enfim, era ir para o mercado corporativo e trabalhar com perfumaria, mais especificamente com a Granado Pharmácias, porque eu sou apaixonada por perfume, além de tudo aquilo que a gente conversou no outro episódio. E a gente entrevistou o gerente de comunicação da Granada e eu sabia algumas coisas, a pauta que o Fá fez também foi muito detalhada, o Clayton também foi trazendo elementos humanos ali à conversa e, no final, a gente ficou conversando. Na semana seguinte, a gente fez uma reunião e hoje a Granado é nossa cliente. 

Ananda: Olha, maravilha.

Bárbara: Então um bastidor curioso de uma entrevista que hoje a gente tem muito orgulho de ter virado cliente.

Ananda: Então vocês produzem podcasts também para marcas, não é? É um dos serviços que vocês oferecem?

Bárbara: Isso, é, a gente oferece a experiência Insider, que a gente costuma brincar, que é a gente fazer realmente toda a parte mais técnica e de bastidor, então a produção, roteirização, pesquisa, pauta, contato com o convidado, depois a gravação, pós-produção, publicação, mas tem o plus advanced, que a gente faz, por exemplo, para a Canon Medical Systems, que é da apresentação, que é de trazer esse jeito InsiderCast tanto mais humano quanto de bate-papo para esses clientes.

Clayton: Realmente, a experiência Insider é, como eu costumo falar, uma experiência de ponta a ponta, então a gente vai desde o convite ao convidado até a entrega do produto finalizado, então a gente convida, faz a produção, faz a elaboração do roteiro, grava. Grande parte das empresas hoje ainda tem essa carência porque dentro das suas empresas elas precisam essencialmente que a pessoa seja técnica no trabalho dela, e isso tudo bem, mas normalmente eles não têm um comunicador que fale realmente uma língua mais simplificada para o grande público. Então é aí que a gente acaba entrando: setores médicos, como o Fábio falou de seguros, também é um setor muito carente ainda, porque agora eles vão começar a perceber que essa comunicação mais humanizada dá retorno. Começa a dar retorno, começa a gerar clientes, começa a engajar mais as redes sociais. Não apenas comunicar o que você está fazendo, não é mais falar: “Olha, esse seguro faz isso e isso”, não, mas, por exemplo, você pode contar uma história de como aquele seguro ajudou a vida de uma pessoa, e, através disso, você acaba impactando de maneira humanizada muito mais pessoas. Então esse conteúdo mais humanizado, e através da nossa apresentação, que também é muito humanizada nos episódios, eu acho que faz toda a diferença para os nossos clientes.

Ananda: E na hora de falar com o cliente existe um momento de alinhamento de expectativas? Às vezes eu penso se o cliente não espera que, com o podcast, ele vá ter resultados superrápidos ou ele vai gerar uma taxa de conversão muito alta, muito rapidamente. Existe ainda esse momento de educar o cliente para que ele entenda que podcast… óbvio que ele vai gerar muito valor para a sua empresa, mas não é uma máquina de conversão em massa. Rola ainda esse momento de tensão, que tem que ter essa conversa?

Bárbara: Uma das primeiras conversas que a gente tem com as pessoas que nos procuram é para que elas entendam que o podcast, diferente de um Youtube, é uma audiência que vai se consolidando ao longo do tempo. Ela não é uma audiência imediata, é uma audiência construída, e por isso mesmo ela acaba sendo até mais sólida depois, no futuro. Uma pessoa que consome o podcast muitas vezes acaba até ficando órfã se esse podcast sai do ar e depois não encontra em outro lugar além daquelas plataformas de áudio. Muitas vezes os clientes falam: “Nossa, mas demora, não é?”, “Poxa, achei que ia ter mais audiência no começo”, e aí a gente tem que explicar: “Olha, no começo é assim mesmo”. Às vezes pode também acontecer o contrário, de que no primeiro episódio você tenha aquele boom pela curiosidade, é uma novidade, e depois essa audiência vai se consolidando. É importante também que você tenha constância, que você publique regularmente, que você tenha uma pesquisa a fundo do seu conteúdo para que você traga temas interessantes para essa audiência, para que você traga pessoas que realmente sejam importantes nesse bate-papo, não só para o seu público final, mas para você também, pessoas que realmente sejam interessantes, até para você possivelmente gerar um negócio, enfim. Mas a gente precisa fazer esse trabalho de educação, até porque, como a gente falou na nossa primeira parte do episódio aqui, Ananda, podcast é uma coisa muito nova para a maioria das pessoas. E muita gente está na onda do podcast por achar legal: “Ah, todo mundo está fazendo, vou fazer também”, mas esquece de olhar esse outro lado. 

Fábio: Uma pergunta que sempre deve ser feita para quem quer começar a fazer um podcast, uma empresa, uma pessoa, pensar no porquê de ele estar fazendo o podcast, qual é o motivo, a razão que está levando-o a fazer o podcast, porque isso vai determinar se ele vai ter a recorrência, porque a recorrência é mais importante para você ter o engajamento, para você ter o público que você almeja. Então, se a pessoa não sabe de cara o porquê, já não é para fazer um podcast. Isso para tudo na vida, já diria o Simon Sinek: “Tudo começa pelo porquê”, pela razão pela qual você vai fazer alguma. Então a gente já chegou até a falar para o cliente: “Não, realmente, você não está no momento de fazer um podcast”, como a gente já vê se tem match ou não desde o começo no bate-papo com o cliente. Então é muito importante: comece pelo porquê: “Por que você vai fazer isso?”, porque isso que vai te sustentar a longo prazo, que é o mais importante para o podcast.

Clayton: Eu acho que, além do porquê fazer o podcast, é por que não fazer outras mídias. Eu acho que aí abre ainda mais o pensamento da pessoa. Por exemplo: “Por que você não faz um Youtube?” ou “Por que você não faz um blog?”. Eu acho que, quando a pessoa entende que realmente o podcast é o canal que ela realmente vai se dar bem, aí fica muito mais fácil. É outra coisa. Os públicos são um pouquinho diferentes, então, por exemplo, o podcast é um canal de relacionamento, e relacionamento leva… não dá para você criar um relacionamento com um episódio com aquela audiência. Mas você quer se relacionar verdadeiramente com a sua audiência, com o seu público, ou você quer apenas entregar um conteúdo que vai ser superficial e vai ser esquecido no dia seguinte? Porque o que a gente vê hoje em dia, por exemplo, é que o Youtube acabou caindo muito nisso. Você tem que fazer uns conteúdos praticamente, entre aspas, descartáveis para se manter com a audiência, e o podcast é um conteúdo que, claro, tem as pautas que são mais quentes daquele momento, mas, se você faz um conteúdo… por exemplo, a gente está falando de podcast: daqui a um ano a pessoa pode voltar aqui e, exceto pelos dados que a gente deu aqui, datados, todo o conteúdo, ainda assim, é um conteúdo válido. Então o podcast é uma mídia de relacionamento e é uma mídia até de influência. Quando você abre isso para o cliente e o cliente começa a perceber que “Espera aí, são canais distintos e talvez o podcast seja interessante para mim”, aí fica muito mais fácil a interação com o cliente.

Ananda: Que bacana. É, eu acho que esse momento de alinhamento de expectativas deva ser importante para evitar frustrações e até trabalhar com um cliente que realmente não está naquele momento ainda, ou essa questão do porquê, que o Fábio levantou: “Eu quero fazer um podcast porque eu quero mais clientes”, não, você quer fazer o podcast porque você acha que muitas pessoas têm esses problemas que precisam ser resolvidos, essas questões que precisam ser respondidas, e a consequência vai ser vender mais. Então muita gente às vezes começa com as intenções erradas, imagino, porque ainda é uma mídia nova. Espero que, aos poucos, a gente tenha mais pessoas assim, tão imersas, que entendam melhor como são esses processos.

[Trilha sonora]

Ananda: Gente, eu quero perguntar muito sobre a produção do podcast em si, quero falar mais sobre o podcast agora, porque me intriga demais que vocês façam podcast diário, porque toma muito tempo. A gente vê muitos podcasts noticiosos que são diários, mas um podcast de entrevistas e de nicho ainda é um pouco incomum, pelo menos no Brasil, então eu queria saber por que vocês decidiram, qual foi esse processo para decidir que o InsiderCast seria diário.

Bárbara: Na verdade, a gente começou com a ideia de que ele seria quinzenal e aí a gente foi percebendo que a aceitação, graças a deus, foi tão grande, e aí a gente falou: “Não, de quinzenal, ele vai ter que ser semanal”. E aí a aceitação aumentou: “Não, semanal? Então vai ter que ser duas vezes por semana”, e aí aumentou de novo: “Não, vai ter que ser diário”. Então hoje a gente tem essa produção diária de conteúdo não só para as plataformas de áudio, mas também para o vídeo. A gente consegue gerar, de um único contato com os nossos convidados, vários conteúdos, na verdade. A gente faz o áudio para as plataformas de áudio, o vídeo para o Youtube, os nuggets, que a gente fala, que são os trechos curtinhos para as redes sociais. Geralmente até os clientes acabam aproveitando essa mesma experiência Insider para fazer os textos em cima do mesmo conteúdo, e não é fácil gerar conteúdo diário. A gente sempre pede indicações para os nossos convidados para trazer outras pessoas, porque é um desafio a gente não parar a produção, trazer sempre conteúdos inéditos, conteúdos relevantes, pessoas legais e a gente conversar. A gente tem a superajuda do nosso quarto elemento, que hoje não está aqui com a gente, que é o (Baca) [00:22:11]. Um beijo para o (Baca) [00:22:12]. Se não fosse ele, a gente também não conseguiria entregar o que a gente entrega, no volume que a gente entrega, e é uma outra coisa que surpreende as pessoas. A gente começou, como a gente estava comentando lá no começo, como uma produtora de conteúdo, e a gente vê que a gente está virando quase um canal mesmo.

Ananda: Sim. E vocês têm papéis definidos dentro da equipe? Eu vi que quem abre o podcast tem uma certa alternância. Vocês se dividem em alguma tarefa específica?

Bárbara: Na verdade, é assim, Ananda: a gente rodizia as aberturas, mas todos nós participamos de todos os episódios. É muito definido, cada um realmente com a sua casinha-mãe e de atuação. Então o Fá é responsável pelos nossos elogiados e bem organizados roteiros, a nossa pesquisa de pauta é ele que faz também; o Clayton é responsável por toda a parte visual e de vídeo, todos os nuggets, a edição dos nuggets, a edição do Youtube, é ele que faz; e eu fico com a parte de produção mesmo. Na verdade, a produção a gente divide muitas vezes os contatos, a gente divide entre nós três. A minha parte é mais da organização mesmo, o que sobe cada dia, dividir as coisas com o (Baca) [00:23:23], o que precisa ser editado. Eu controlo também um pouco a edição das câmeras ali durante a gravação. Todo mundo faz de tudo, a gente brinca que é um pedacinho de cada um de nós.

Fábio: A alternância da apresentação é um ponto bacana que você menciona. A gente alterna, em cada episódio a gente tem um apresentador diferente, e é randômico, a gente procura dar espaço, a gente não briga pelo espaço, na verdade, como acontece em muitas lives. Inclusive os convidados comentam da nossa sinergia, entre nós três, na hora da apresentação, até para não atropelar o outro. Então a gente está muito entrosado, como um verdadeiro time mesmo. Isso que é mais bacana durante toda a parte da apresentação. E você, colocando diversidade também em um projeto como esse, ele ganha mais relevância. Aqui estão três pessoas muito diferentes na forma de pensar, com experiências de trabalho totalmente diferentes. Isso que dá um molho muito bacana para o InsiderCast.

Ananda: É interessante isso que você mencionou, porque eu ia mesmo perguntar como foi essa química. Vocês já começaram a gravar remotamente, não é? A distância. 

Bárbara: Isso, a gente começou. Inclusive é curioso o mês que a gente começou para valer as gravações: a gente começou em dezembro do ano passado, a gente costuma brincar que com uma coxa de peru em uma mão e uma taça de champagne na outra. Entre o Natal e o Ano-novo, nós começamos essas gravações. A Insider nasceu mesmo em outubro, mas a gente começou tudo remoto. Os primeiros 20 episódios, por outras questões de bastidor, digamos assim, o Fá fez sozinho. A primeira temporada, então, é o Fá apresentando sozinho, mas aí o Clayton e eu nos juntamos a ele a partir da segunda temporada. E, se vocês verem os vídeos, até a qualidade do áudio, é muita coisa diferente do que é hoje, a evolução do projeto é muito nítida e foi muito rápida.

Fábio: Exatamente, foi muito rápido esse processo, e o entrosamento a gente vai ganhando com o tempo, a gente vai desenvolvendo. E o que é mais interessante é que a gente costuma brincar muito durante o episódio, então a gente já criou personagens no episódio. Por exemplo, o Clayton Lucio é o menino das luzes, ele tem uma Las Vegas particular.

Bárbara: É, o Clayton é o menino das luzes, o Fá é o menino de ouro de Oz, da cidade que mais tem pombos por metro quadrado no mundo, eu sou a menina de São Vicente. A gente tem os outros personagens secundários, que às vezes passam durante a gravação, então para a gente brincar um pouco com as coisas que fogem do nosso controle, a gente tem o padeiro com discurso de ódio que passa na rua do Clayton, a gente tem o camarão fresquinho que vende aqui na minha rua, tem o carro da pamonha que passa na rua do Fá, e assim vai. A gente acabou realmente criando, além de uma comunidade, personagens que permeiam esse universo Insider.

Fábio: E é assustador isso, Ananda, porque a gente está andando… no meu condomínio aqui, o meu zelador perguntou: “Menino de oz, cachorro-quente?”, eu comecei a dar risada. Outras pessoas fazem comentários do episódio que você acaba ficando: “Nossa, a pessoa ouviu mesmo”, e acaba marcando muito o episódio, tornando-o divertido. Você tornar leve o processo de comunicação é superimportante, essas brincadeiras, o bom-humor, e convidado também reconhece isso. Na hora que ele termina o episódio, ele fala: “Poxa, como foi legal participar aqui com vocês, eu quero voltar mais vezes e quero tomar um café com vocês, uma cerveja depois”. A gente está com vários convites na lista, não é, Clayton?

Clayton: Sim, quando acabar o programinha de vez, realmente, acho que a gente vai ficar um mês só na rua tomando café e batendo papo com os convidados, porque hoje é uma tendência. Quase todo episódio, quando termina, a gente sempre recebe convite para tomar café, porque realmente a gente faz amizade muito facilmente com essas pessoas, porque, de novo, parece repetitivo, mas, pelo fato de o conteúdo ser muito humanizado, a gente realmente tem interesse genuíno na pessoa. É claro, a gente vai conversar sobre o trabalho dela, vai conversar sobre os desafios profissionais, mas a gente quer saber quem é aquele ser humano por trás do crachá. Uma frase que eu falo, eu costumo dizer o seguinte: todo grande profissional, antes, é um grande ser humano, então eu quero conhecer esse grande ser humano para aprender um pouco com ele. Então a gente pensa sempre nisso e a gente sempre busca humanizar realmente o conteúdo, quando a gente vai fazer qualquer entrevista, e acaba gerando amizade.

Ananda: É, eu acho que a química que vocês têm também deixa a pessoa mais confortável, não é? Eu mesma também fui convidada, gostei muito, também estou na lista do café – me coloquem na lista, só que é quando eu for para o Brasil.

Fábio: Nós queremos ir para Portugal, visitar vocês aí em Portugal.

Bárbara: Boa.

Clayton: Ananda, o seu episódio foi muito engraçado. Eu não sei se você lembra, mas lá no finalzinho, quando eu fui dar a notícia de que o episódio estava acabando, você levou um susto, porque você pensou que não tinha gravado nada.

Ananda: Nossa, é verdade. Gente, é, aquilo ali foi um pouco traumatizante, demorei alguns dias para me recompor.

Bárbara: E, olha, a gente até tem que confessar, Ananda: depois daquele susto que a gente te deu, a gente usa às vezes a mesma tática com alguns convidados…

Ananda: Meu deus, coitados.

Bárbara: … e a reação é sempre muito engraçada, porque o Clayton fala assim: “Então, eu sou a pessoa que veio dar más notícias”, aí todo mundo olha em choque, tipo: “Meu deus, será que eu falei aqui duas horas e não gravou nada?”. Duas horas é modo de dizer, porque os nossos episódios geralmente são entre 40 minutos e uma hora, mas é muito engraçado, e isso também foi uma coisa que a gente foi entendendo ao longo do tempo, que a gente não precisava daquela formalidade toda, pelo contrário. Justamente esse jeito de brincar com as pessoas, de brincar e se zoar entre nós…

Ananda: É, não se levar a sério, não é?

Bárbara: Não, a gente traz assuntos sérios, mas a gente não se leva a sério. Eu acho que essa é uma excelente definição para o InsiderCast.

Ananda: Muito bom. E vocês estão gravando quantos dias por semana? Porque vocês gravam mais de um podcast por dia, não é, atualmente? Mais de um episódio por dia.

Fábio: Um convidado nosso – não, é, Clayton? – falou inclusive que é uma cachaça quando você começa a fazer podcast…

Ananda: Meu deus.

Fábio: … (inint) [00:29:21]. Você começa a fazer e, para a gente, essa cachaça ficou maior.

Clayton: Isso que eu ia brincar. A gente grava dez dias por semana.

Fábio: Porque a gente quer tomar essa cachaça todos os dias.

Clayton: É, todo dia pelo menos dois episódios. Pelo menos dois episódios.

Ananda: E não acaba o carisma? Vocês não ficam exauridos mentalmente? Eu estou 

perguntando, porque, quando eu falo muitas horas seguidas, parece que cansa, a alma cansa. Parece que dá sono. Vocês não sentem essa… tipo, “Nossa, falei demais, preciso dormir muito”? Não, não rola isso?

Clayton: Acontecia isso muito no começo, sabe?

Ananda: É?

Clayton: Eu acho que, na primeira semana que a gente gravou mais de cinco episódios, a gente ficou muito cansado.

Ananda: Nossa, imagino.

Clayton: O que acontece? Com o tempo, você vai desenvolvendo acho que – falando aqui agora um pouco de coaching, porque eu sou coach – a gente vai desenvolvendo uma musculatura emocional e uma musculatura…

Ananda: Olha, gostei dessa palavra.

Clayton: É, porque a gente vai desenvolvendo um hábito. E, quando a gente tem poucos episódios na semana, a gente sente falta, essa que é a verdade. A gente já chegou ao nível de “Dois episódios por dia, ok, a gente aguenta” e tudo certo, e não cai a energia nem nada, mas quando tem um dia, dois dias sem episódio, a gente fala: “Poxa, gente, o que está acontecendo? A gente tem que voltar a gravar”.

Ananda: Sim.

Clayton: É bem assim.

Ananda: Gente… mas precisa de energia, mas eu acho que isso, musculatura emocional, é muito bom, e vocês vão se acostumando. Aquilo faz parte da rotina. E vocês gravam com uma frente, eu imagino. Quantos episódios para frente vocês costumam gravar?

Bárbara: Hoje em dia a gente já está em uma média de dez episódios para frente, (sete) [00:30:52] episódios para frente.

Ananda: Nossa.

Bárbara: Até diminuiu essa frente. A gente já chegou a ter mais de 20 de gaveta, mas até por assumir ser diário às vezes um convidado acaba não podendo gravar por N motivos, então a gente acaba usando essa gaveta, mas a gente já chegou a ter 20, quase 30 episódios tocados, mas está diminuindo cada vez mais. Eu estou vendo que logo, logo a gente vai virar um programa ao vivo diário.

Ananda: Então, eu quero perguntar isso: vocês vão também para o Youtube, mas é simultânea a transmissão no Youtube ou depois vocês postam o vídeo no Youtube?

Bárbara: A gente posta no mesmo dia que sai o episódio, mas a gravação é feita antes da publicação. É até uma maneira de tranquilizar os convidados, porque muita gente pergunta: “Ah, é ao vivo? Ah, se for ao vivo, eu tenho vergonha, eu tenho medo”.

Ananda: Ah sim.

Bárbara: Mas geralmente a gente publica o vídeo e o áudio no mesmo dia. A gente já fez algumas lives, mas em geral são gravadas. Mas estou sentindo que logo a gente vai fazer isso valendo mesmo.

Ananda: Como é o processo de edição? Vocês têm uma boa frente, mas mesmo assim é bastante material para ser editado. Os episódios têm um grande trabalho de edição, digamos assim, minuciosa, ou não, eles são mais ao natural?

Bárbara: Eles são mais ao natural, a gente limpa erros mais sérios. Às vezes, a gente cai em gravação e a gente até brinca com isso hoje, mas em geral a gente tira só se a pessoa se perde na resposta, gagueja. A ideia é que ele fique realmente o mais natural possível e a pessoa se sinta mais à vontade. Então, com isso, a gente consegue respostas muito fluidas da pessoa, e até para não perder essa espontaneidade da brincadeira, da leveza, a gente evita robotizar demais. Então geralmente, a gente, que trabalha há mais tempo com áudio, limparia muito respiros, cacoetes da pessoa, e aqui a gente evita um pouco justamente para preservar quem a pessoa é, porque senão fica uma coisa muito mecânica e que não vai dar o tom da conversa que a gente iria deixar.

Ananda: Sim.

Fábio: É legal que a gente até chorou muitas vezes nos episódios, Ananda.

Ananda: Nossa.

Fábio: O Clayton e a Bah podem falar um pouquinho também sobre isso. A gente se envolve muito com o entrevistado, muitos entrevistados a gente se envolveu, o entrevistado também chorou. É uma coisa muito forte que acontece durante o processo de gravação.

Ananda: Com histórias?

Fábio: Na parte emocional. Quando uma entrevista é muito boa e ela é muito pesada emocionalmente – pesada para o lado bom -, a gente fica com a nossa emoção à flor da pele, a gente chega a chorar no episódio com o convidado também, e esses episódios são realmente muito marcantes para a gente. A gente teve vários episódios.

Bárbara: Inclusive a gente teve um, um dos últimos que a gente gravou até a data da nossa gravação aqui de hoje, que o Clayton foi muito impactado pela história que o convidado trouxe e, inclusive, o Clayton trouxe a mãe dele para falar e participar da gravação com a gente, não é, Clayton?

Clayton: Isso, foi com o Rodolfo Gomes. Estava até mandando um Whatsapp para ele agora aqui, dando oi. Mas foi, realmente, porque existem temas que são muito sensíveis, que falam muito com a gente. Por exemplo, o do Rodolfo Gomes foi sobre a diferença salarial entre negros e brancos no Brasil, que ainda é muito grande, e aí você começa a lembrar das histórias, as coisas que você já passou, é claro que vai trazer um pouco de emoção, modestamente falando.

Ananda: Certamente.

Bárbara: Só para quem ainda não conhece a gente, não nos viu em algum lugar, só para quem está nos ouvindo entender, o Clayton é negro, então por isso que esse tema foi tão sensível para ele.

Ananda: E é impressionante que os convidados vêm, sabem que é um podcast de mundo corporativo, e existe esse momento de conforto que as pessoas contam, e trocam, e se emocionam – isso é muito interessante e com certeza não é o que eu iria esperar de um podcast que fala de mundo corporativo. Então isso é um elemento fantástico, que vocês trazem um diferencial muito bacana.

Bárbara: É engraçado ver, porque muitos executivos às vezes chegam travados, duros, meio fechados, e a gente vai brincando ali, vai conversando, vai soltando as travas, e, quando vê, a gente está brincando e marcando um café no final. Então é muito gostoso saber que a gente não é, entre aspas, mais do mesmo nesse sentido editorial.

Ananda: Sim, sim.

Bárbara: A gente acaba fazendo uma coisa que, mais uma vez, somos nós três nas nossas diferenças, e similaridades, e coisas que se completam, porque, como a gente costuma dizer, o Fá é a pessoa do mundo corporativo, tem a vivência corporate mesmo, além do jornalismo; eu sou a pessoa mais, entre aspas, técnica e da produção ali, da organização, mas a mais humana, mais manteiga derretida, e o Clayton é a parte que faz o elo entre os dois mundos, e com uma humanidade extraordinária que exala nos poros. Então eu acho que essa química de pessoas tão diferentes, mas tão parecidas, é que é o segredo desse molho todo.

[Trilha sonora]

Ananda: Mudando de assunto, uma coisa que vocês comentaram lá no início e que eu acho que é uma dica fantástica para qualquer pessoa que está fazendo um podcast é fazer esse reaproveitamento de conteúdo, que é: ok, você tem o podcast, você pode transformá-lo em audiograma, dá para transformar em blog post, coloca no Youtube. Então eu queria que vocês falassem um pouco da distribuição do conteúdo para que ele abrace várias plataformas diferentes e se vocês veem que isso funciona para vocês em trazer mais público.

Fábio: O que a gente precisa desmistificar é a questão de o podcast ser só áudio. A gente é uma ferramenta.

Ananda: Sim.

Fábio: E essa ferramenta é multiplataforma, então você cria o áudio, você cria texto, você pode criar o vídeo, você cria trechos de áudio e vídeo. Em uma hora, duas horas de conversa, você pode gerar conteúdo talvez para o mês inteiro para a sua empresa, para você. Isso que é muito legal, porque tudo começa pela voz. A gente está falando de voz. Quando você tem a voz, um produto desse, você é versátil. Então, quando a gente fala: “O podcast é uma ferramenta multiplataforma”, então você consegue impactar diversos públicos em ferramentas e mídias diferentes. Isso que é o mais bacana que eu acho do podcast atualmente para uso corporativo, para uso para treinamento, para uso para disseminar a marca da empresa, para aumentar a sua reputação. É fantástico. A gente fala com muita paixão, porque a gente gosta de fazer, mas é uma coisa que ainda vai se disseminar muito no Brasil e a gente acredita nisso.

Clayton: O podcast é uma ferramenta de relacionamento que você pode também prospectar pessoas para vender seus produtos, e isso é sensacional, isso é uma ferramenta de aproximação que você pode, como o Fábio falou, fazer vários conteúdos em vários formatos e você pode facilitar a vida tanto dentro da sua empresa, com a comunicação interna, com treinamentos e tudo mais; agora, falando da porta para fora da empresa, posicionando ou também comunicando o que a sua empresa faz. Então o podcast é uma ferramenta muito versátil que os empresários e os CMOs das empresas deveriam pensar com carinho.

Ananda: Uma coisa que o Fábio falou agora há pouco, de o podcast não ser só em áudio, gostaria de saber a opinião de vocês e até se vocês têm opiniões diferentes sobre a questão dos podcasts em vídeo, que a gente tem visto cada vez mais essa tendência nos Estados Unidos, em outros países e no Brasil também está crescendo, alguns podcasts que já estão lançando direto com vídeo junto. O que vocês acham dessa tendência?

Fábio: Eu acho excelente, porque você acaba cobrindo os dois tipos de público, o público que gosta de ouvir, que é um público que é versatilidade, quer estar ouvindo lavando uma louça, andando no carro, fazendo uma academia, e o público que quer sentar, quer ver a imagem do apresentador, do entrevistado. Eu acredito que isso é legal, porque você amplia a sua possibilidade de atingir vários públicos. Inclusive muito interessante: o Spotify – eu estava até comentando com o Clayton e com a Bah – lançou o Joe Rogan Experience, que é um dos podcasts mais famosos dos Estados Unidos. Ele já está embarcado na própria plataforma Spotify o vídeo, então a gente vê isso como uma tendência ter, além do áudio, vídeo junto da plataforma podcast, no Spotify, talvez futuramente no Google Podcasts, no Apple Podcasts e nas outras plataformas. Então é uma tendência, e é interessante, porque você pode servir a dois públicos que queiram consumir de uma forma diferente, ou o áudio ou o vídeo.

Clayton: Verdade. Eu acho que um dos erros do Youtube, que eu acho que é muito simples de corrigir, mas, talvez por estratégia deles, eles não vão corrigir nunca esse erro, é o seguinte: usar o Youtube em segundo plano no seu celular. Isso é impossível hoje, então, quando o Spotify vem com essa opção de você poder assistir ao vídeo ou o áudio, você dá opção para a opção: “Ok, se você quer assistir, você vai ver em primeiro plano na tela do seu celular; se você não quer assistir àquilo em primeiro plano, você quer colocar o seu celular no bolso e fazer outra coisa, você vai usar a plataforma de áudio do Spotify”. Isso de ser áudio e vídeo é muito bom, porque você dá opção de a pessoa ter a experiência que ela quer. Quanto mais opções de experiência você der para o usuário, mais você o fideliza. 

Bárbara: É, e tem a outra coisa, que a gente até comentou na nossa primeira parte da conversa. Muita gente não se concentra ouvindo áudio para fazer as tarefas, enfim, então o vídeo é a opção para essas pessoas. E o contrário também é válido, muita gente se concentra e gosta de ouvir conteúdos enquanto está dirigindo, lavando uma louça, fazendo alguma atividade física. Então, como os meninos disseram, eu acho que é legal essa tendência do videocast justamente para abarcar todos os públicos.

Ananda: Eu concordo, eu acho que dois, três anos atrás eu tinha uma visão mais purista: “Podcast é podcast”, e é uma visão que graças a deus eu mudei completamente, porque faz muito sentido, é mais uma maneira de as pessoas encontrarem o seu podcast no Youtube, principalmente, que é o Google dos vídeos, então é mais uma maneira de as pessoas te encontrarem e, quem sabe, essas pessoas um dia vão migrar também. Dependendo da maneira como elas querem, elas vão migrar para um aplicativo de escuta. Isso do Youtube, na verdade o Youtube Premium tem essa coisa de ouvir no segundo plano, mas claro que poucas pessoas pagam.

Clayton: Ah, entendi.

Ananda: É, o meu namorado tem e ele sempre diz: “Você tem que assinar. Por que você não assinou ainda?”. Eu, por enquanto, não vou assinar, mas quem sabe um dia. Mas eu sou a favor também. Eu fico pensando: esse podcast quem sabe um dia eu vou fazê-lo na versão de vídeo, e eu acho que só tem a acrescentar, então eu também apoio essa ideia. Gente, vocês têm alguma dica? Vocês já deram várias dicas, então não quero ser repetitiva também nas minhas perguntas, mas vocês têm alguma dica para quem quer começar um podcast para a sua empresa ou quem quer procurar uma agência para começar a criar um podcast? O que vocês sugerem para empresas que estão tentando encontrar o seu caminho e também o formato de conteúdo que elas querem criar para a sua audiência?

Fábio: O mais interessante é começar pelo porquê ela vai fazer o podcast, qual o motivo: ela quer vender mais? Ela quer ter mais engajamento dos colaboradores? Ela quer atrair ou reter talentos? Então ela pensar na razão; depois de pensar na razão, pensar no formato do podcast. Vai ser um formato de só uma pessoa falando, um apresentador, um host? Vai ter dois? Vai ser um podcast de entrevistas? Vai ser um treinamento para uma empresa? O colaborador falando na rádio? Isso precisa ser definido também. Escolher os equipamentos, se consegue começar com equipamentos básicos de gravação, com o próprio celular e um fone de ouvido com fio – por favor, porque a gente sempre fala para os nossos convidados, às vezes o bluetooth não funciona legal; o processo de edição do podcast você pode você mesmo fazer, tem várias ferramentas que você pode fazer até de forma gratuita; a divulgação, upload do podcast nas plataformas; e também saber exatamente o que as pessoas querem ouvir de você e o que você vai falar no podcast. Isso é muito importante, o processo de roteirização do seu podcast, entender, do lado do público que vai receber a sua informação, o que é interessante para esse público. Esse processo é superimportante na hora de começar a planejar o podcast para que você tenha consistência. A consistência é o que vai fazer o seu sucesso. A consistência e a qualidade do seu conteúdo. Então essas seriam as principais dicas, eu acredito, para quem quer começar hoje. Deve pensar antes mesmo de sair falando aí nas ondas do podcast.

Bárbara: Eu acho que é importante sempre destacar – eu, com a minha humanização e a minha manteiguice derretida -, assim como eu falei na primeira parte, a gente não desistir daquilo que a gente quer, independentemente como empresa ou como pessoa física. A gente foi entendendo meio aos trancos e barrancos e ao longo do caminho o que a Insider ia ser e, hoje, a gente tem o maior orgulho do mundo de estar aqui com você falando sobre ela, tudo que a gente aprendeu. Teve muita coisa que a gente errou e ainda erra, e com certeza ainda vai errar, e a gente tem o maior prazer do mundo de dizer que hoje a gente não tem quase 200 convidados e entrevistados, a gente praticamente 200 novos amigos. Mais do que saber que a gente está deixando um legado para o mundo corporativo, para as pessoas que gostam de podcast, de comunicação, é muito legal saber que o nosso propósito de vida nos trouxe tantos presentes bacanas como, por exemplo, de hoje estar aqui com você.

Ananda: Ah, que bacana. Eu fico… ah, gente, estou emocionada já, porque vocês têm esse dom de emocionar as pessoas, eu já saquei. Gente, muito boa mesmo essa conversa.

Fábio: E saber que você está iniciando esse projeto… a gente vai desejar aqui muito sucesso nessa sua trajetória. Você é superexperiente nas ondas aí do podcast. E a gente esperava você também mais vezes lá no InsiderCast para bater um papo com a gente sobre o que a gente mais ama aqui, que é fazer podcast, fazer relacionamento, ter essa interação. É uma honra para a gente estar aqui.

Ananda: E eu digo o mesmo: muito sucesso para o InsiderCast, tanto para o podcast em si quanto para a empresa. E onde as pessoas encontram vocês? Deixem aí os projetos, as redes, tudo, todos os contatos que vocês queiram deixar, é claro.

Bárbara: Bom, a gente se encontra no InsiderCast, nas principais plataformas de áudio, no @insidercast, no Youtube também, no LinkedIn, que é a nossa rede onde a gente atua até um pouco mais fortemente, mas estamos no Instagram também. Todas elas @insidercast. A gente também tem um e-mail de contato para quem tiver dúvida, sugestão, crítica, quiser conversar um pouquinho mais com a gente, que é o contato@insidercom.com. A minha rede social, sem ser o InsiderCast, é @bahrodriguesoficial, B-A-H, no Instagram, e bahrodrigues – B-A-H também – no LinkedIn. E obrigada mais uma vez, Ananda. A gente se encontra em um próximo episódio.

Fábio: Olha, as minhas redes são @fabiojornalista no Instagram; no LinkedIn: Fábio Araújo de Oliveira, estou lá no LinkedIn também. E muito obrigado mais uma vez, Ananda, sucesso para todo mundo.

Clayton: As minhas redes são claytonlucios – C-L-A-Y-T-O-N Lucios – no Instagram, e no LinkedIn é Clayton Lucio. Obrigado, Ananda.

Ananda: Obrigada. Aí depois eu coloco todos os links úteis, as redes sociais, tudo aqui na descrição do episódio. Obrigada mais uma vez, gente, foi um prazer, e até o próximo episódio, porque eu tenho certeza que nós falaremos de novo aí mais para a frente. Outras conversas vão rolar, tenho certeza. Obrigada, gente. Tchau.

[Trilha sonora]

[Encerramento]

[00:47:09] 

(FIM)

 

 

 

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